26 de set. de 2012

Desabafos de um jovem na madrugada...

Apenas atentei-me ao que ouvi em meio aos muitos discursos que corriam naqueles dias que enturmei com a multidão. Não carrego muitos arrependimentos de ter aprendido as muitas coisas não sabidas, mas meu arrependimento foi acreditar nas mentiras e falácias que lá ouvi... Imundícies de uma sociedade que se perde sem valores e, ainda, tenta justificar-se com falsas ciências. Como queria que as pessoas compreendessem os atos que elaboram, iludidos pelos prazeres momentâneos, ocultadores de marcas e tristezas infindas. Olhos cegados por orgulho e falsas doutrinas sem bases nas virtudes, mas nos vícios, levam tantos a afundarem numa lama que aprisiona a alma e não permite o caminhar em rumo a justiça e o conhecimento do verdadeiro amor.

Então apenas chorei. Não chorei por mim mesmo, que, com muita dificuldade, esquivei-me da perdição sedutora e corri de encontro a uma vida com princípios sólidos na justiça, amor e caridade. Chorei sim por aqueles que estavam comigo na dor e na lama, aqueles que tentei trazer comigo a uma vida plena de luz e, mais ainda, por aqueles que não tentei. Chorei, minha alma se derramou em pranto, meu desejo forte naquele momento era ver comigo aqueles que deixei para trás quando abandonei a vida que apenas me destruía.

Alguns me ouviram, outros taparam seus ouvidos. Alguns olharam para mim, outros apenas me ignoraram. Alguns tentaram, alguns conseguiram, outros nem tentaram. Mas ainda continuo a chorar quando me recordo daqueles que ainda estão na lama. Ainda queima meu coração por aqueles que estão cegados por seus próprios atos e ideais e não conseguem ver a luz que chama logo a frente para a liberdade...

Alguns estão na luz e não choram, não desejam, não tentam, não se importam. Estão na luz e cegados, cegados por seus ganhos e seus sorrisos, incapazes de ver o sofrer calado ao redor... Estão na luz e não manifestam sua gratidão aumentando a família de iluminados ao seu redor, buscando quem está nas trevas...
E a própria luz pergunta: Onde está o amor?

Mas por vezes posso sorrir, a luz me dá alegria de viver e me mostra alguns que se importam e esforçam, estão inconformados com a derradeira realidade ao redor. Nestes sorrio, pois o amor nos faz sorrir, o amor nos consola e fortalece, o amor nos alegra, no amor não há egoismo e rancor. No amor não é possível encontrar a indiferença e a frieza de coração, no amor não se vê estáticos que ocultam a verdade, mas cinéticos que movem tudo ao redor até que o mundo não seja mais o mesmo.

Filhos do vento são cinéticos cheios de amor e que não se conformam com o mundo ao redor, mas o torna melhor a cada dia e a cada passo, levando iluminação aos aprisionados nas trevas e liberdade aos cativos de seus próprios erros e ideias falsas. Te convido a ser um filho do vento.


Olhei as pessoas...
ouvi seus discursos...
Pranteei suas máculas...
Levei conselhos...

Fechastes os ouvidos,
Não atentaste a correção.
Desviastes os olhos,
Fugiste da salvação.

Insistes no erro.
Enviei conselheiros
Falando com esmero.

Amo vossos corações, mesmo que não amem o meu.
Uli Teffann.


Um comentário:

Dulce disse...

Só pode ser um digno Filho do Vento que consegue transformar em tão belo texto uma reflexão tão profunda sobre a sociedade.
Parabéns!